sábado, 20 de outubro de 2012

Como draftar um quarterback, Parte 4 - Um experimento chamado Kyle Boller

Esta é a Parte 4 de uma série de 7 posts sobre o assunto.


Por Brian Billick, NFL Network
19 de abril de 2012

Encontrar o quarterback certo é a chave para o sucesso na NFL.

Pensando nisso, por que não contratar um especialista? Alguém que entenda do assunto, alguém com currículo. Nos últimos 25 anos, ninguém teve um currículo melhor do que Ron Wolf, ex-gerente geral do Packers. Na sua época, quando estava montando o elenco do Tampa Bay Buccaneers, ele selecionou Doug Williams. Em Green Bay, ele liderou a negociação para ter Brett Favre, e também draftou Mark Brunnell, Matt Hasselbeck e Aaron Rodgers. Todos eles deram certo, e todos eles não só alcançaram as expectativas, como também as ultrapassaram. Ou seja, se existe alguém com olho clínico e que entende de quarterbacks, esse alguém é Ron Wolf.

E é claro, ele teria selecionado Peyton Manning ao invés de Ryan Leaf em 1998. Mas ele deixou claro que praticamente todos que tinham preferência por Manning teriam pego Leaf logo em seguida. Apesar disso, Wolf não tem a pretensão de ser o dono da verdade. “Manning vs Leaf não importa”, ele diz. “Eu achei que Heath Shuler seria um craque”. Shuler durou 4 anos na NFL e foi um quarterback com aproveitamento de menos de 50% nos passes.

Uma das principais razões pelas quais estou hoje trabalhando como comentarista de TV ao invés de ainda comandar o Baltimore Ravens é que eu fui incapaz de descobrir e desenvolver um quarterback de talento durante os meus 9 anos em Baltimore. Mas não foi por falta de tentativas.

No draft de 2003, nós sabíamos que tínhamos que draftar um quarterback. Tínhamos passado por períodos difíceis com a posição, e ainda assim conseguimos vencer um Super Bowl. Mas pensando a longo prazo, nós precisávamos de alguém para comandar o time dentro de campo. Com a décima nona escolha do draft de 2003, nós selecionamos Kyle Boller, da California. Ele se deu bem jogando num sistema ofensivo muito parecido com o profissional, tinha um lançamento forte e inteligência.

Phil Savage, na época nosso diretor do departamento de jogadores, havia observado Boller durante toda a temporada e ficava cada vez mais animado sobre ele à medida que o ano passava. Os três quarterbacks mais expressivos no draft daquele ano eram Carson Palmer, Byron Leftwich e Boller. Todos eles tinham as credenciais para serem excelentes atletas na posição, e havia também a certeza de que seriam selecionados na primeira rodada.

Durante o combine, conseguimos entrevistar estes três quarterbacks em sequência, um após o outro. E mesmo que cada entrevista tenha durado apenas 15 minutos, você tem uma clara ideia das diferenças entre as personalidades de cada quarterback, ainda mais pelo fato de entrevistá-los na sequência, um logo após o outro. Cada um deles tinha excelentes pontos positivos mas, como é comum nestes casos, todos eles tinham também um pequeno ponto negativo. É comum treinadores sempre se aterem mais ao ponto negativo (por melhor que seja o atleta), porque caso o jogador não atenda às expectativas, eles dizem “Eu já sabia que isso iria acontecer, por causa daquele ponto negativo, etc”.

No caso destes três, os pontos negativos eram bastante específicos. Em relação a Palmer, as pessoas estavam preocupadas com a sua capacidade de liderança. Ele não parecia ser uma pessoa de carisma como normalmente espera-se de um quarterback. Embora ele fosse um jovem bastante inteligente, após a entrevista você não ficava muito empolgado com o quesito liderança. No caso dos outros dois, isso não era problema. Leftwich e Boller tinham energia e capacidade de liderança de sobra. A preocupação em relação a Leftwich eram suas contusões anteriores e a falta de mobilidade. Quanto a Boller, era a precisão no passe.

Assim como Bill Devaney e a equipe do Chargers em relação a Ryan Leaf, nós nos convencemos de que estes pontos negativos eram meros detalhes. Nós estávamos muito confiantes em relação aos pontos positivos de Palmer que imaginamos que seria possível transformá-lo num líder em campo. Com Leftwich, concluímos que sua mobilidade não era pior do que a de muitos quarterbacks da NFL. E quanto a Boller, decidimos que a falta de qualidade dos recebedores de seu time da faculdade era o grande motivo para sua falta de precisão no passe.

No dia do draft, com a décima nona escolha (que veio por uma troca com o New England Patriots), selecionamos Kyle Boller. Com o passar dos anos, vimos que a falta de precisão de Boller era resultado não apenas do fraco elenco de recebedores que ele tinha à disposição na faculdade, mas também de seu nervosismo e falta de segurança, que faziam com que seus fundamentos básicos falhassem nos momentos críticos. Isso fez com que ele tivesse uma taxa de passes completos de menos de 60% em sua carreira.

Resumindo: Boller não deu certo, e consequentemente eu também não. Deixei a equipe após a temporada de 2007 e, no draft de 2008 o Ravens ainda precisava de um quarterback. Eles fizeram sessões privadas de testes com Matt Ryan, Brian Brohm e Chad Henne. Eles também fizeram o mesmo com Joe Flacco, um atleta de lançamento forte que tinha começado em Pittsburgh e depois havia se transferido para Delaware, na Divisão I-AA.

O processo era o mesmo, assim como as pessoas envolvidas nas avaliações. A exceção era que, agora, o novo coordenador ofensivo e ex-técnico principal do Miami Dolphins, Cam Cameron, estava envolvido. Cam havia sido demitido do Miami depois da temporada de 2007 e era severamente criticado por ter selecionado o quarterback John Beck, de BYU, com a quadragésima escolha do draft de 2007. A regra dos 50% estava valendo com nunca. O Ravens estava 50/50 com as escolhas de Boller e Flacco, enquanto Cameron também estava 50/50, com as escolhas de Beck e Flacco. O resultado foi que Flacco (que inicialmente estava sendo orientado a apenas “gerenciar” o jogo, e não vencê-lo) mostrou que tinha um lançamento forte, boa presença no pocket e calma nos momentos críticos, levando o Ravens a duas finais de conferência.

Há vários times cujas escolhas variam entre 5 e 15 no draft deste ano que estarão olhando para Ryan Tannehill, de Texas A&M, e se perguntando se ele é um novo Flacco ou um novo Boller. Mas com certeza pelo menos um destes times precisando de quarterbacks vai se convencer de que Tannehill é um novo Flacco.

Brian Billick é ex-técnico da NFL, e liderou o Baltimore Ravens ao título do Super Bowl de 2000. Ele foi treinador do Ravens durante 9 temporadas (1999-2007) depois de trabalhar no Minnesota Vikins como coordenador de ataque (1994-98). Além de escrever para a NFL.com, Billick é analista no NFL Network's Total Access e também em outros programas.

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- Tradução livre de Marcos Koji Onodera

Conteúdo original em:
http://www.nfl.com/draft/story/09000d5d8286f0f3/article/how-to-draft-a-qb-part-4-the-kyle-boller-experience

terça-feira, 11 de setembro de 2012

Como draftar um quarterback, Parte 3 - O que poderia ter acontecido?

Esta é a Parte 3 de uma série de 7 posts sobre o assunto
- Parte 1 - Ninguém sabe nada
- Parte 2 - Apenas um

- Parte 4 - Um experimento chamado Kyle Boller

Por Brian Billick, NFL Network
18 de abril de 2012

A única coisa que amedontra treinadores e dirigentes mais do que draftar um quarterback que se torna um fiasco, é não draftar um que se torna um craque. Pense nos times que precisavam de quarterbacks, e ainda assim deixaram passar Aaron Rodgers, Drew Brees e Tom Brady.

Brady será para sempre o grande símbolo das oportunidades perdidas num draft. No draft de 2000, quando foi selecionado na sexta rodada com a escolha de número 199, Brady foi escolhido depois de jogadores como: Chad Pennington (New York Jets, primeira rodada, 18º escolha), Giovanni Carmazzi (San Francisco 49ers, terceira rodada, 65º escolha), Chris Redman (Baltimore Ravens, terceira rodada, 75º escolha), Tee Martin (Pittsburgh Steelers, quinta rodada, 163º escolha), Marc Bulger (New Orleans Saints, sexta rodada, 168º escolha), e Spergon Wynn (Cleveland Browns, sexta rodada, 183º escolha). Apenas Redman continua na liga, e como reserva em Atlanta.

Entretanto, é preciso ser justo: você não consegue assistir aos vídeos de Brady na faculdade e depois culpar a todos por não terem selecionado aquele que talvez seja o maior quarterback da história da NFL. Uma das análises sobre Brady dizia: “Se Tom Brady conseguir uma vaga no practice squad - seria uma espécie de reserva dos reservas - e passar um ano jogando na NFL da Europa, talvez ele possa vir a ser reserva de Bledsoe, mas é apenas isso”. Isso foi antes dos seus 3 títulos de Super Bowls e suas 5 aparições na grande final. Então, o fato é que ninguém errou quando se tratava de Brady - nem mesmo o New England Patriots, nas primeiras cinco rodadas daquele draft.

Um dos casos mais interessantes foi no draft de 2005, quando ninguém tinha selecionado Aaron Rodgers até a 24ª escolha. Poucos podem esquecer a agonia de Rodgers, esperando na sala anexa ao Radio City Music Hall, escolha após escolha, sendo que esperava-se que ele seria selecionado entre as 10 primeiras posições. Quando você olha para os vários times que deixaram de selecioná-lo naquele draft, é fácil imaginar onde eles estariam agora em termos de qualidade caso tivessem escolhido Rodgers.

O Washington Redskins fez a troca mais impressionante do draft deste ano, entregando três escolhas de primeira rodada e mais uma de segunda rodada para ter a 2ª escolha no draft, quando irão selecionar o quarterback Robert Griffin III, de Baylor. Em 2005, eles tiveram a 9ª escolha e selecionaram Carlos Rogers. Ele veio a ser um jogador muito bom, mas o quarterback do time na época, Mark Brunell, já estava no final de sua carreira. Desde então, o Redskins teve quatro quarterbacks titulares e três diferentes treinadores.

O Minnesota Vikings deixou de selecionar Aaron Rodgers por duas vezes naquele ano, com a 7ª e a 18ª escolha no draft. Eles selecionaram o wide-receiver Troy Williamson e o defensive-end Erasmus James (nenhum deles está mais na liga), e desde então teve cinco quarterbacks diferentes e já está no terceiro treinador.

Este ano o Miami Dolphins está numa posição no draft onde pode selecionar o quarterback Ryan Tannehill, de Texas A&M. Em 2005 o Dolphins tinha a segunda escolha no draft, e selecionou o running-back Ronnie Brown. Jay Feely e Gus Ferrotte eram os quarterbacks na época, e desde então eles tiveram seis quarterbacks e quatro treinadores diferentes.

Buffalo é um outro caso bastante interessante. Em 2004 eles trocaram a sua escolha da primeira rodada para conseguir selecionar o quarterback J.P. Losman, de Tulane. A escolha da qual eles abriram mão foi a vigésima no draft do ano seguinte, de 2005, quatro posições antes de onde Rodgers fora selecionado. Losman atuou como titular apenas um ano (2006) em Buffalo e teve uma taxa de passes completos de pouco mais de 60%, com mais interceptações do que touchdowns. O Cowboys, que havia recebido esta escolha do Bills, acabou selecionando Marcus Spears com esta vigésima escolha. O Bills teve quatro diferentes quarterbacks e tantos outros treinadores durante este período de 42 vitórias e 72 derrotas. Apenas o Browns e o Raiders tiveram campanha pior ao longo deste período.

O Cleveland Browns tinha a terceira escolha em 2005 e selecionou Braylon Edwards, que jogou apenas 4 anos e foi negociado com o Jets em 2009. O Browns teve cinco quarterbacks e três diferentes treinadores durante esse período, quando obteve 38 vitórias e 74 derrotas, com mais de 10 derrotas em seis das últimas sete temporadas.

O Oakland Raiders tinha a 23ª escolha daquele ano e selecionou Fabian Washington - exatamente uma escolha antes de Green Bay draftar Aaron Rodgers. Washington provou ser um excelente defensive back, mas ficou no Raiders por apenas três anos, sendo negociado para o Baltimore Ravens e depois para o New Orleans Saints. O quarterback titular do Raiders na época era o veterano Kerry Collins, e desde então o time teve seis quarterbacks diferentes e tantos outros treinadores neste período de 36 vitórias e 76 derrotas.

As consequências de se deixar de selecionar um excelente quarterback são tão negativas, que é comum os dirigentes estarem o tempo todo falando em procurar quarterbacks. E essa procura cria um tipo bastante peculiar de agonia, como veremos na Parte 4 deste artigo.


Brian Billick é ex-técnico da NFL, e liderou o Baltimore Ravens ao título do Super Bowl de 2000. Ele foi treinador do Ravens durante 9 temporadas (1999-2007) depois de trabalhar no Minnesota Vikins como coordenador de ataque (1994-98). Além de escrever para a NFL.com, Billick é analista no NFL Network's Total Access e também em outros programas.

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- Tradução livre de Marcos Koji Onodera

Conteúdo original em:
http://www.nfl.com/draft/story/09000d5d82867bed/article/how-to-draft-a-qb-part-3-what-could-have-been

domingo, 26 de agosto de 2012

Como draftar um quarterback, Parte 2 - Apenas um

Esta é a Parte 2 de uma série de 7 posts sobre o assunto.
- Parte 1 - Ninguém sabe nada
- Parte 3 - O que poderia ter acontecido?
- Parte 4 - Um experimento chamado Kyle Boller



Por Brian Billick, NFL Network
17 de abril de 2012


Se você é dirigente de um time que draftou o quarterback certo - como por exemplo o Steelers, que selecionou Terry Bradshaw em 1970, o Cowboys que selecionou Troy Aikman em 1989, ou o Colts, que draftou Peyton Manning em 1998 - você vai sentir que possui uma significativa vantagem psicológica (e também prática) sobre qualquer time que vier a enfrentar por pelo menos uma década. Sem dúvida é uma sensação boa para se ter ao longo da temporada.

Talvez o maior exemplo de “fazer a coisa certa” é o Indianapolis Colts no draft de 1998. O time havia acabado de contratar Bill Polian para tomar conta de todo o departamento relacionado a elenco e jogadores, e a equipe tinha a primeira escolha do draft. Polian estava diante da seguinte situação: havia dois talentosos quarterbacks no draft, e ele tinha que selecionar o melhor deles. Apesar de parecer uma decisão óbvia, na época definitivamente não era. De um lado estava Peyton Manning, do Tennessee - praticamente um treinador em campo, conhecido por ser um viciado em estudar os oponentes, e cujo "valor" no draft havia caído naquele ano devido ao seu time não ter conseguido vencer o título nacional, e também por ele não ter ganho o Troféu Heisman. De outro, estava Ryan Leaf, da Universidade Washington State que, de seus 1,98m e 110kg, tinha o porte físico ideal para ser um excelente lançador profissional. Muitos especialistas achavam que Leaf era menos maduro tecnicamente que Manning, mas tinha muito mais potencial para vir a ser superior em relação a este (Manning costuma dizer, mais de uma década mais tarde, que ainda se lembra perfeitamente quando, aos 22 anos, disseram que ele não tinha muito potencial para melhorar).

Se o Colts tivesse baseado a sua decisão apenas nos vídeos da temporada anterior, o time teria selecionado Leaf. Mas nos meses que antecederam o draft, Polian trancou-se em seu novo escritório e passou a maior parte do tempo - quase 500 horas - assistindo a vídeos e analisando os pontos fortes de ambos os quarterbacks. Ele e sua equipe assistiram a cada um dos 1.505 passes de Manning na faculdade, e a cada um dos 880 passes de Leaf, revendo várias vezes todos os passes do ano de 1997. Desse ato épico de super-análise obteve-se um nível bastante profundo de entendimento sobre a situação.

“Do ponto de vista do processo normal de seleção, você teria escolhido Leaf num piscar de olhos.” disse Polian. “Entretanto, quando você faz uma análise realmente profunda, descobre que havia impressões incorretas sobre Manning, inclusive no que diz respeito à parte física. Havia impressões incorretas também sobre Leaf, mas muitas vezes você só enxerga aquilo que você quer. Muitos diziam: ‘Manning não tem um braço forte’. Mas quando você analisava cada um dos passes que eles efetuaram durante suas carreiras na faculdade, descobria que essa afirmação não era verdadeira. Mas ninguém tem a habilidade para fazer essa enorme e exaustiva análise. Você só consegue fazer isso durante o período entre temporadas, quando consegue reunir todos os vídeos de que precisa. Eu me lembro quando disse a Tom Moore (que foi coordenador de ataque do Colts durante muito tempo) o quão intrigado eu estava pelo fato da bola arremessada por Peyton ter muito mais rotações por segundo do que a arremessada por Leaf. Mesmo em relação à parte física dos atletas, os relatórios iniciais estavam incorretos, e o senso comum também estava completamente incorreto.

Por outro lado, a escolha de Polian foi completamente correta. Manning começou como titular desde seu primeiro jogo como novato e, mesmo o Colts terminando aquela temporada com 3 vitórias e 13 derrotas e Manning lançando 28 interceptações, estava claro que o Colts estava de posse do quarterback certo, o quarterback da franquia.

A diferença entre os dois quarterbacks veio à tona quando o assunto foi maturidade emocional e ética no trabalho. Assim como todos, eu estava deslumbrado com a habilidade física de Leaf, e também estava com a idéia de que Manning não tinha muito potencial para crescer. Na época eu estava trabalhando para o Vikings e, como os dois quarterbacks provavelmente já teriam sido selecionados quando o momento da nossa escolha chegasse (21º, e na oportunidade selecionamos Randy Moss), avaliá-los seria apenas um mero exercício. Mas quando se trata de jogadores como Manning e Leaf, você deve fazer a sua lição de casa, pois na era do passe livre nunca se sabe quem pode vir a ficar disponível no mercado.

Quando eu estava indo para o Combine - onde os atletas passam por uma série de testes físicos e psicológicos - acabei me sentando na poltrona ao lado de Ryan Leaf no avião, que também ia para lá. Ele parecia ser muito maior pessoalmente do que nos vídeos, então eu perguntei a ele quanto pesava. Ele disse que não estava treinando regularmente, como durante a temporada, então chutou algo em torno de 106 a 108kg.

No dia seguinte, quando eu estava observando os quarterbacks serem pesados e medidos, Leaf - vendo um rosto familiar - me deu um sorriso enquanto ia para a pesagem. “122 kilos”, disse o encarregado pela pesagem. Leaf olhou para mim surpreso e estupefato.

Voltei a me encontrar com Leaf naquele mesmo ano, logo antes do nosso último jogo da pré-temporada, contra o Chargers. Ele estava indo bem nessas partidas, e a expectativa em relação a ela era grande. Perguntei a Leaf como estava, e ele me disse: “eu não consigo entender como as pessoas costumam falar maravilhas a respeito dos esquemas defensivos na NFL. Eu já vi de tudo o que tentaram aplicar contra o nosso ataque e, sinceramente, não é grande coisa.” Confiança é uma boa qualidade para se ter, mas em excesso é prejudicial.

Três curtos anos e 36 interceptações depois (contra apenas 14 touchdowns), o jovem Leaf se deu conta de que ele não tinha consciência de que não sabia tudo aquilo que ele precisava saber - e tudo aquilo era muito importante. O Chargers até hoje se lamenta por ter draftado Leaf, o que é um pouco injusto. Mesmo que você tivesse Manning melhor posicionado que Leaf (e nem todos tinham), praticamente todos na área colocavam Leaf como um dos 5 melhores jogadores do draft.

Conforme as estatísticas, o draft de 1998 também foi 50-50 em termos de acerto em relação a draftar quarterbacks. No ano seguinte, Tim Couch, Donovan McNabb e Akili Smith foram selecionados em 1º, 2º e 3º no draft, respectivamente. No draft de 2002, os dois quarterbacks mais desejados no draft eram David Carr (1ª escolha do draft, foi para o Houston) e Joey Harrington (3ª escolha, foi para Detroit). De novo, 50-50.

Parte do problema é que a necessidade acaba atrapalhando o nosso julgamento. O ex-dirigente do St Louis Rams, Billy Devaney era, em 1998, integrante do Chargers e fazia parte da equipe encarregada de estudar e analisar os jogadores do draft. Ele lembra que, na época, Leaf tinha muitas incógnitas.”Fizemos todos os testes psicológicos” disse Devaney. “Havia um profissional que contratamos quando eu estava no Redskins (e ele ainda trabalha lá nessa função) chamado Harry Wachs, um optometrista especializado numa área chamada avaliação visual-cognitiva. O índice de acerto dele era muito bom. Nós perguntamos ao Redskins se podíamos contratá-lo apenas para aplicar o teste a Leaf, e eles autorizaram. Não deu outra: Leaf não foi bem no teste, mas achamos que mesmo assim era possível trabalhá-lo para que se tornasse um grande quarterback. Não deu certo.”

Mas não são apenas os novatos que são difíceis de avaliar. Meu primeiro jogo como técnico do Baltimore Ravens foi em St. Louis, em 1999. Antes do início do jogo, cumprimentei o técnico adversário, Dick Vermeil, que me desejou sorte. Dick ainda estava inconformado com a grave contusão sofrida por Trent Green duas semanas antes, que o tirou da temporada e que potencialmente iria prejudicar o seu poderoso ataque. Dick me disse que eles iriam atuar com o segundo reserva, um jogador da Arena League chamado Kurt Warner, enquanto preparavam melhor o reserva Paul Justin para assumir a titularidade nos jogos seguintes.

Vermeil não sabia do que Warner era capaz - e isso não é uma crítica, porque ninguém de fato sabia. Warner viria a ser eleito o MVP daquela temporada, liderando o Rams ao título do Super Bowl. Anos depois iria levar o Cardinals ao Super Bowl, reservando com isso um possível lugar no Hall da Fama. Warner não seguiu o caminho mais comum, que é jogar no futebol americano da universidade e depois ir para o profissional. Por isso, você não consegue afirmar em qual tipo de quarterback o jogador vai se tornar até que ele jogue na NFL. Além disso, como cerca de um terço dos técnicos perdem o emprego em cada temporada, ninguém tem tempo suficiente para ficar fazendo muitos testes. Apesar disso, pensem na quantidade de quarterbacks de alto nível que começaram vindo da reserva ou mesmo que nem foram draftados: Warner, Tony Romo, Matt Hasselbeck, Jeff Garcia, Trent Green, Rich Gannon, Matt Cassel, Matt Schaub, e por aí adiante.

É praticamente certo que veremos dois quarterbacks sendo selecionados nas duas primeiras escolhas do draft deste ano. Tanto Andrew Luck como Robert Griffin III são considerados escolhas certeiras. Se todos estiverem corretos em suas previsões, o Colts e o Redskins não vão se preocupar com a posição de quarterback pelos próximos 12 a 15 anos. Mas isso era exatamente o que o Chargers estava imaginando em 1998.

Brian Billick é ex-técnico da NFL, e liderou o Baltimore Ravens ao título do Super Bowl de 2000. Ele foi treinador do Ravens durante 9 temporadas (1999-2007) depois de trabalhar no Minnesota Vikins como coordenador de ataque (1994-98). Além de escrever para a NFL.com, Billick é analista no NFL Network's Total Access e também em outros programas. 


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- Tradução livre de Marcos Koji Onodera

Conteúdo original em:
http://www.nfl.com/draft/story/09000d5d8285f369/article/how-to-draft-a-qb-part-2-one-and-done

sábado, 18 de agosto de 2012

Como draftar um quarterback, Parte 1 - Ninguém sabe nada

Esta é a Parte 1 de uma série de 7 posts sobre o assunto.
- Parte 2 - Apenas um
- Parte 3 - O que poderia ter acontecido?
- Parte 4 - Um experimento chamado Kyle Boller



 Por Brian Billick, NFL Network
16 de abril de 2012

O ganhador do Oscar e roteirista William Goldman costuma dizer que há uma importante regra que você nunca deve esquecer para conseguir entender como as coisas funcionam em Hollywood: "ninguém sabe nada".

Quando se trata de futebol americano, esta mesma frase se aplica ao complexo e tortuoso exercício de decidir quem consegue e quem não consegue jogar como quarterback na NFL. Certamente há algo de artístico nisso (mesmo porque todas as tentativas científicas não deram certo).

No final da década de 60, início da era do Super Bowl, sempre que os times draftavam quarterbacks entre as 10 primeiras escolhas do draft (justamente onde espera-se que todos tornem-se excelentes jogadores), as franquias tinham sucesso em apenas 50% dos casos. De forma geral, na primeira rodada de escolhas - onde você espera obter pelo menos um jogador de qualidade que seja titular pelos próximos anos - a média foi idêntica: apenas 50% de sucesso. Às vezes os times acertavam (como quando o Pittsburgh Steelers escolheu Terry Bradshaw com a primeira escolha no draft de 1970) e às vezes erravam (como quando o Chargers escolheu Marty Domres com a nona escolha do draft de 1969). Há também ocasiões em que os times fazem escolhas que, se analisarmos o retrospecto, parecem coerentes. Em 1967, com a terceira escolha do draft, o San Francisco 49ers escolheu Steve Spurrier, da Flórida, vencedor do Heisman Trophy no ano anterior. Na escolha seguinte, o Miami Dolphins selecionou Bob Griese, que simplesmente viria a entrar no hall da fama.

Hoje, mesmo depois de várias décadas de experiência com o draft, um melhor entendimento de todas as qualidades necessárias para se obter sucesso na NFL e com milhões de dólares gastos com olheiros e avaliação de talentos pelo país afora, os times ainda acertam em apenas 50% dos casos na tentativa de identificar futuros quarterbacks de talento nas primeiras 10 escolhas do draft, e o mesmo ocorrendo no restante da primeira rodada do draft.
Eis duas das razões para isso:

1. Quarterback é a posição mais difícil de jogar entre todos os esportes coletivos no mundo. Não existe outra posição - arremessador no baseball, goleiro no futebol ou armador no basquete - que exija uma mistura de habilidade atlética, inteligência, concentração mental e ainda um "algo a mais" que Hemingway certa vez descreveu como "grace under pressure" - seria algo como manter a calma e a frieza nos momentos mais difíceis.

2. É a posição mais difícil de avaliar e projetar entre todos os esportes profissionais no mundo. Os times da NFL, mesmo munidos de três ou quatro anos de gravações de jogos, centenas de páginas de avaliação por profissionais, dezenas de horas de trabalhos físicos e técnicos ao vivo no Combine, trabalhos individuais reservados, além de várias entrevistas pessoais, ainda assim erram de forma rotineira na escolha do quarterback.

Desde 1998, 17 quarterbacks foram selecionados na primeira, segunda ou terceira escolha do draft. Certamente há nomes especiais nessa lista - Peyton Manning, Eli Manning, Donovan McNabb. Há nomes promissores também - Matt Ryan, Matthew Stafford, Cam Newton. Mas também estão nesta lista nomes como Ryan Leaf, Tim Couch, Akili Smith, David Carr, Joey Harrington e JaMarcus Russell. O que esse último grupo de jogadores têm em comum? Os treinadores que estavam no comando das equipes quando esses atletas foram selecionados não estão mais empregados nos respectivos times.

Encontrar o quarterback da franquia, aquele líder que irá ocupar a posição mais importante do time e que vai ser a cara da equipe durante vários anos, seria equivalente a encontrar o Santo Graal no mundo do futebol americano. A busca por esse atleta pode deslanchar uma carreira ou acabar com ela. Encontre o quarterback certo, e tudo o que você fizer parecerá sempre muito inteligente. Escolha o errado, e é melhor você começar a atualizar o seu currículo. A cansativa e extensa busca pelo quarterback certo - juntamente com o medo de perdê-lo - vai se tornando uma neurose na cabeça dos dirigentes das equipes, confundindo e prejudicando o raciocínio até das mentes mais brilhantes no assunto.

De 1999 a 2011, 39 quarterbacks foram escolhidos na primeira rodada do draft, mas apenas 16 na segunda rodada.

Pense nisso: a distribuição destas escolhas, de uma rodada para outra, deveria ser proporcional. Mesmo que os times tendam a valorizar quarterbacks, eles deveriam aplicar esse raciocínio ao longo de todo draft.  Mas não é o que acontece. No draft, os times tem a preocupação de não deixar passar um possível quarterback de franquia na mesma intensidade com que se preocupam em não escolher um jogador que se torne um fracasso.

Para as demais posições, há vários outros atributos tangíveis que se pode avaliar: por exemplo, o wide-receiver X tem velocidade e habilidade tais que é coerente escolhê-lo na primeira rodada, enquanto o wide-receiver Y não é rápido o suficiente para justificar ser escolhido na primeira rodada. Mas com quarterbacks, a coisa é diferente. Muitos elementos são intangíveis, ou então muito difíceis de se fazer uma projeção. Considerando isso, e também pelo fato da pressão que muitos dirigentes das equipes sofrem para escolher o quarterback certo, resulta em que, se determinado atleta atende a alguns pré-requisitos básicos (altura, bom porte físico e braço forte), ele tende a ser escolhido na primeira rodada do draft, ainda que hajam dúvidas com relação a outras características (precisão no passe, postura profissional no dia-a-dia, liderança, etc) que poderiam fazer com que os times ficassem com receio.

Em 2008, tendo em mãos a primeira escolha do draft, o Miami Dolphins deixou de selecionar o quarterback Matt Ryan para selecionar o tackle Jake Long. Long é um tackle excepcional mas, quatro anos depois dessa escolha, o time teve quatro quarterbacks diferentes desde então, e ainda está desesperado por um quarterback de franquia. Em 2005, o Minnesota Vikings deixou passar Aaron Rodgers por duas vezes, selecionando nestas ocasiões o wide-receiver Troy Williamson e o defensive-end Erasmus James. Nenhum deles está mais na liga. E veja a situação do Minnesota e de Miami: o Vikings preencheu a posição de quarterback no draft do ano passado, selecionando Christian Ponder com a 12a escolha, enquanto o Dolphins está pensando em fazer o mesmo no draft deste ano, escolhendo Ryan Tannehill com 8a escolha*.

Necessidade é um péssimo negociador, e um ainda pior avaliador de atletas. Mas aquele frio na barriga pela possibilidade de selecionar alguém que possa se tornar um astro também é imenso. Este é o motivo pelo qual o Dolphins está preocupado se Tannehill ainda estará disponível na 8a escolha, e ao mesmo tempo preocupado se ele de fato vale uma 8a escolha. Outros times igualmente desesperados, como Seattle, podem também fazer uma troca para selecioná-lo antes da equipe de Miami.

Esse é o motivo pelo qual os dirigentes das equipes não dormem muito bem em abril.


Brian Billick é ex-técnico da NFL, e liderou o Baltimore Ravens ao título do Super Bowl de 2000. Ele foi treinador do Ravens durante 9 temporadas (1999-2007) depois de trabalhar no Minnesota Vikins como coordenador de ataque (1994-98). Além de escrever para a NFL.com, Billick é analista no NFL Network's Total Access e também em outros programas.

(*nota do tradutor: Ryan Tannehill foi selecionado pelo Miami Dolphins na 8ª escolha do draft)

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- Tradução livre de Marcos Koji Onodera

Conteúdo original em:
http://www.nfl.com/draft/story/09000d5d82857fcc/article/how-to-draft-a-qb-part-1-nobody-knows-anything

segunda-feira, 13 de agosto de 2012

O novo contrato de Drew Brees beneficia Joe Flacco, Matt Ryan e Eli Manning

Por Michael Lombardi, NFL Network
16 de julho de 2012


A torcida do Saints pôde finalmente dormir tranquila depois de saber que o quarterback Drew Brees renovou seu contrato. Quando Brees assinou este novo contrato de 5 anos valendo 100 milhões de dólares, era quase possível ouvir um suspiro de alívio vindo dos torcedores do time.

Todos nós sabemos que Brees merecia esse contrato. Ele é um dos melhores da liga, jogando na posição mais importante do time,  e ainda conquistou um Super Bowl para uma franquia que esperava por isso há anos. Ao pagá-lo – ele vai ganhar 37 milhões de dólares este ano em bônus pela assinatura do contrato, mais 50 milhões nos próximos dois anos e mais 61 milhões nos outros três – tanto a equipe quanto o atleta estarão fazendo um grande negócio. Se há uma coisa que eu aprendi durante os anos que passei gerenciando salários é que você nunca está pagando demais quando o assunto é um grande atleta – principalmente se esse atleta é um quarterback.

Fazer de Brees o quarterback mais bem pago da NFL não foi uma tarefa difícil para o Saints. Pagar bem grandes atletas nunca é difícil – você deve apenas determinar o valor de mercado de jogadores com talento similar, e então agir conforme esse valor. Entretanto, há um grande erro que os times podem cometer em termos de gerenciamento de salários: pagar a bons atletas como se eles fossem grandes atletas (por exemplo: NBA). Ser bom não significa ser craque. Logo, os times precisam ser disciplinados para conseguir fazer essa distinção.

Infelizmente para os times, o mercado de contratos de jogadores não se importa muito com essa diferença. Um contrato pode fazer aumentar o valor de outro e, antes que se perceba, os bons atletas estão sendo pagos como grandes atletas. O efeito dominó do contrato de Brees será o de inflacionar o salário de muitos outros quarterbacks. Isto certamente irá beneficiar, por exemplo, Eli Manning, Aaron Rodgers, Ben Roethlisberger e possivelmente até Matthew Stafford. Mas será que irá beneficiar Joe Flacco e/ou Matt Ryan?

Flacco, que ainda tem um ano de contrato com o Baltimore Ravens, tem demonstrado que melhorou tecnicamente nestes 4 anos de NFL. Ele começou a carreira jogando de forma mais conservadora, sem arriscar muito, cresceu como atleta e agora é a razão pela qual o time pode lutar por um título. Ele tem todas as qualidades para levar o Ravens adiante – o sucesso do time já não depende mais inteiramente de sua defesa. O empresário de Flacco vai olhar para o contrato de Brees, reparar que seu cliente já participou de 9 jogos de playoffs em apenas quatro anos, e vai concluir que Flacco merece um contrato similar ao de Brees (e com bônus que irão fazer este contrato ser praticamente igual ao de Brees, caso Flacco vença um Super Bowl). Isso é coerente? Não, porque Flacco, hoje, é apenas um bom quarterback. Mas ele certamente tem potencial para ser um grande quarterback num futuro próximo, o que faz com que seja difícil renovar o seu contrato neste momento, principalmente depois do de Brees.

Hoje, Flacco não vale 20 milhões de dólares por ano – ainda que seu empresário venha a afirmar isso. Mas quanto ele vai valer em três anos se continuar a crescer como atleta e liderar o Ravens ao Super Bowl?

O Baltimore Ravens não conseguiria facilmente substituir Flacco e, caso eles não consigam fechar um contrato de longa duração, serão obrigados a aplicar a franchise tag no atleta, que é um artifício usado para segurar o jogador no time por mais um ano. Isso significa que Flacco iria receber mais de 14 milhões de dólares em 2013, com um aumento de 120% a cada ano. Certamente é uma maneira cara de solucionar o problema. Por mais que o Ravens queira um contrato que valha menos de 15 milhões por ano, as regras estabelecidas para negociações entre times e atletas e a dificuldade em substitui-lo fazem com que uma renovação seja improvável. Então, o Ravens vai acabar tendo que pagar a Flacco como se ele fosse um craque agora, e simplesmente esperar que estejam certos.

Esta mesma situação ocorre em Atlanta, com Matt Ryan, que ainda tem dois anos remanescentes no seu contrato inicial de seis anos, valendo 72 milhões de dólares. Ryan ainda não pode ser considerado um grande quarterback. Entretanto, também não é fácil substitui-lo, o que significa que o Atlanta Falcons fatalmente irá acabar pagando um salário de um grande jogador para um bom jogador. Mas que outra escolha eles têm? Se considerarmos Ryan e o Falcons, o meu lema - você nunca está pagando demais se estamos falando de um grande atleta - aplica-se também para os bons quarterbacks, e não só para os grandes.

O contrato de Brees irá causar impacto no valor das franchise tags para quarterbacks, o que significa que será mais difícil aplicar essa tag tanto para Flacco quanto para Ryan, e também mais difícil renovar os seus contratos neste momento. Então, ambas as equipes irão esperar o final da temporada 2012 para propor um novo contrato que esteja de acordo com suas respectivas folhas salariais.

Enquanto Brees acabou beneficiando Ryan e Flacco em suas futuras negociações, quem ele ajudou mesmo foi Eli. Manning já venceu dois Super Bowls e recebe uma média de 15 milhões de dólares por ano, num contrato que vai até o final de 2015. Ele mereceria um aumento? Sim, mas como ele ainda tem quatro anos de contrato, o Giants terá mais tempo para tomar uma decisão. De qualquer forma, todos nós sabemos que, nesse caso, a situação vai ser resolvida bem antes do término deste contrato.

O Packers enfrenta uma situação similar com Rodgers. O jogador mais valioso da temporada passada já tem um título de Super Bowl, e está com um contrato até o final de 2014 que pode ser considerado modesto - salário de 8 milhões de dólares em 2012.  Mas o relógio está correndo para que o Packers já pense num novo contrato para o atleta que acabou de ser eleito o número 1 de toda a liga.

Ao assinar o seu contrato, Brees finalmente deu paz de espírito aos torcedores do Saints... e deixou todos os outros quarterbacks titulares da liga um pouco mais ricos.

Michael Lombardi já chefiou o departamento de jogadores do Oakland Raiders e do Cleveland Browns. Também trabalhou no San Francisco 49ers, Philadelphia Eagles e Denver Broncos.

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- Tradução livre de Marcos Koji Onodera

Conteúdo original em:
http://www.nfl.com/news/story/09000d5d82a94f46/article/drew-brees-deal-benefits-joe-flacco-matt-ryan-eli-manning